segunda-feira, 23 de agosto de 2010

IMPOSSÍVEL AGRADAR A TODOS

A cliente escreveu:

"Estou querendo muito fechar com vocês, mas não tenho referências, não tem contrato, não conheço vocês. Desculpa mas é muito dificil decidir "no escuro". Alguma sugestão??"


E eu respondi:

"Desculpe-nos, mas é impossível agradar a todos.
A opção pela internet foi uma opção desde o primeiro momento.
Minha mulher já tinha sido dona de um buffet infantil presencial, e eu, como virgiano e ainda por cima com formação em Administração de Empresas e Cozinha nunca aprovei o que via.
Famílias entrando em festas privadas a convite de prestadores de serviço, contratos de boca que eram quebrados constantemente, sempre sobrando para ela a urgência da realização do que outros não conseguiam fazer e entregar, pagamentos não honrados, ou seja, para mim uma bagunça.
Uma amiga do ramo chegou até a dizer: "Não seja bobo em deixar rastros".
Até que vieram os tempos do CDC e a coisa começou a mudar.
Mas ai já estávamos fora do negócio. Ela virando consultora imobiliária na empresa da família, e eu retornando a minha vida cultural.
Faltava, no entanto um desafio. E foi ai que a internet entrou na minha vida.
Logo de cara levei uma paulada de um site de compra, o "mercado livre" por conta de não ter considerado séria as regras que eles impõem na relação virtual.
Aprendi e disse: é assim que tem que ser!
Tornei a cozinha, o tema botequim virou moda e eu finalmente acertei.
A relação virtual me oferece tudo aquilo que um bom administrador precisa - formalidade e seriedade.
Minhas regras são rígidas, não abro mão da formalidade. Aqui molecagem não tem vez. 
Quer saber o preço, preencha o formulário. Quer contratar, preencha o formulário. Ou seja, aqui tudo tem que formalizar.
E assim vou indo. Recebendo aquilo que é meu, e entregando ao cliente aquilo que ele espera: uma comida de qualidade, e uma relação de serviços séria.
Tudo calcado nos meus 30 e poucos anos de atividade cultural, com uma obra pouco conhecida, mas parte de uma história de vida bem contada.
E nada disso escondo. Está tudo lá nos links disponibilizados em dois sítios com mais de mil informações.
Aos quase 60 anos de idade (hoje faço 64 dia 18/09) apostei na internet com tal garra que muita gente se assustou e disse: "Vai quebrar!"
Apostei que as pessoas não têm tempo para ficar de listinha procurando por R$ 0,50 a mais ou a menos.
Apostei que o cidadão médio tem espírito gourmet.
Apostei que bom gosto está ao alcance de todos.
E assim já se vão 5 anos de um trabalho sem nenhuma mancha e uma infinidade de clientes satisfeitos, e uma experiência que me permite agradar a gregos e troianos, sempre com o propósito de fazer o resgate da comida de botequim enquanto gastronomia de bom gosto, sem oportunismo e com muito estudo. 
Só não posso agradar a quem não usa esta mídia no seu dia a dia, pagando contas, enviando e recebendo emails, adquirindo bens e serviços, fazendo download de arquivos, estudando e operando seus negócios.
E não pense que os que a usam de maneira efetiva, com intimidade e segurança são muitos - apenas 14% dos que milhões que usam internet no Brasil. Pouco, não?
E deles que eu vivo e sobrevivo sem querer enricar da noite para o dia, mas sendo aquilo que toda vida fui: HONESTO!!!"

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"Para Comer bem Saia da Cidade", diz Chef espanhol

Quando eu falo para os meus amigos e clientes do botequim do prazer de cozinhar com a qualidade de vida que o campo me dá, poucos querem acreditar. 
O sabor da comida é outro, o ritmo das preparações também. 
A maior parte dos alimentos é de origem conhecida, sem química e você ainda tem a combinação de ar puro com a natureza em sua forma original.
Em meu sítio recebo os amigos, realizo meu cursos, preparo minhas palestras, escrevo meus livros com muito mais tranqüilidade, desfrutando de uma liberdade que poucos podem ter.
E quando saio de lá para a casa de um cliente, e cumprir o ritual da boa mesa é só satisfação.
Hoje a internet nos dá proximidade a quem a gente gosta e permite realizar contratação de tudo que se quer.
Pra que ir a shopping, enfrentar engarrafamentos monumentais se com um clique você tem tudo a sua mão.
E na hora de trabalhar o que são míseros 90 minutos de distância? Perguntem aos americanos de New Jersey e eles te responderão.
Bem, vamos a entrevista do Chef Javi Gonzalez, que eu assino embaixo mas só não posso roubar para botar na minha boca. Nela tudo que penso sobre cozinhar com qualidade para pessoas de bom paladar. 

“Para comer bem, saia da cidade”, diz chef espanhol
Portal IG

Para Javi Gonzalez, o campo é o melhor lugar do mundo para receber quem procura boa comida e sossego. Pelo menos na Europa
Para vivenciar um ritual prazeroso à mesa é importante sair da cidade. É completamente diferente fazer uma refeição com tranquilidade, longe da agitação. Foi assim que o chef espanhol Javier González, uma estrela Michelin, respondeu quando perguntamos por que na Europa é tão comum que os restaurantes estrelados estejam situados no interior, afastados dos grandes centros urbanos. “O campo oferece regalias fundamentais à logística: trabalhamos em espaços maiores, podemos cultivar nossos produtos, nosso dia a dia está mais de acordo com o ritmo da natureza”, diz.
Javi, como é conhecido no meio gastronômico, comanda a cozinha do A Rexidora, em Bentraces, na Galícia (Espanha). Seu restaurante tem receitas muito simples e, diferente da imagem que se tem dos espanhóis da atualidade, há poucos aparatos de última geração. Produtos químicos passam longe das preparações desse chef quarentão. Seu foco sempre esteve nos ingredientes frescos plantados na horta de casa ou escolhidos pessoalmente nas pequenas produções dos agricultores da região onde está situado.
No Brasil para participar do evento Ao Vivo Fortaleza, promovido pela revista especializada Prazeres da Mesa em parceria com o SENAC, Javi conversou com o iG Comida. Mostrou-se entusiasmado com o intercâmbio cultural e, encantado com o frescor dos alimentos e aromas daqui, falou sobre suas crenças culinárias.
iG Comida: Que ingredientes caracterizam a cozinha galega?
Javier González: Caldos tradicionais, como os de base, misturados a produtos da horta e à carne de porco -- tanto fresca quanto curada. É assim principalmente para quem, como eu, está no interior da Galícia.
iG Comida: Na Europa, é comum restaurantes estrelados estarem afastados dos grandes centros. Por quê?
Javi: Acreditamos que para vivenciar um ritual prazeroso à mesa é importante sair da cidade. É completamente diferente fazer uma refeição com tranqüilidade, longe daquela agitação toda. Além disso, o campo oferece regalias fundamentais à logística dos restaurantes: trabalhamos em espaços maiores, podemos cultivar nossos produtos, nosso dia a dia está mais de acordo com o ritmo da natureza.
iG Comida: Isso define um tipo de culinária ou uma cultura?
Javi: Os dois. A boa gastronomia faz parte da cultura de uma região, uma coisa está atrelada à outra. Até existe uma cozinha de exportação, mas, para mim, não faz nenhum sentido trazer produtos de muito longe.
iG Comida: Depois da onda da nova cozinha espanhola, que revolucionou a gastronomia mundial com a introdução de elementos químicos nas receitas, estamos vivendo um período de retorno às origens culinárias e valorização do produto. Como você vê isso?
Javi: Eu sempre cozinhei dessa maneira, nunca aderi à química.
iG Comida: Por que?
Javi: Ela não é natural. Para fazer uma boa comida é preciso carinho e fogo. Só.
iG Comida: Como foi ganhar a primeira estrela Michelin, em 2005, com apenas dois anos de funcionamento?
Javi: Uma conseqüência do trabalho diário.
iG Comida: Mas não muda nada?
Javi: Na nossa rotina não. Continuamos trabalhando da mesma maneira, sempre buscando melhorar. Agora, muda o tamanho da clientela, aumenta bastante.
iG Comida: É só uma alegria ou tem algum peso nisso?
Javi: A alegria é enorme, mas, sim, pesa um pouco. Há apenas 130 restaurantes com estrelas do guia Michelin na Espanha e estar, teoricamente, entre os melhores do mundo não deixa de ser uma responsabilidade.
iG Comida: Deu tempo de conhecer alguma coisa da cozinha brasileira?
Javi: Os peixes, muito frescos, são excelentes. E a cachaça também é interessante. Gosto de conhecer produtos como esse, típicos de uma região e preparados de maneira artesanal.
iG Comida: Como foi cozinhar aqui? Precisou fazer alguma adaptação em suas receitas?
Javi: Muitas! Essa mescla de culturas é o melhor de participar de festivais. É extremamente enriquecedor poder conversar com chefs de outros países, trocar idéias, impressões.
iG Comida: Em sua bagagem de volta vai algum produto brasileiro?
Javi: Todos que puder. Vou sair daqui com meio país na mala!
iG Comida: O que é, para você, alta gastronomia?
Javi: É simplesmente boa cozinha, bom serviço e boas instalações.
iG Comida: Isso sai caro?
Javi: A soma desses itens não é exatamente barata.

sábado, 7 de agosto de 2010

Um Boteco Internacional

Aos poucos vou me afastando de um certo compromisso com a chamada festa temática. Já tem muita gente desta seara bebendo da minha água (até foto eles roubam... vai plantar batata, gente!).
Com a definição dos estilos de montagem de mesa e decoração dos botecos, e a aceitação da Myrian em dar a cara pra bater e se assumindo como uma pessoa criativa e de bom gosto tudo ficou mais fácil.
A Myrian passou a expor e a vender o seu talento através do blog "Meu Querido Botequim", e eu a minha versatilidade culinária através do site "Comidinhas Di Butiquim". Tudo isso com a benção do "Petiscaria Brasil", nosso portal aglutinador de informações sobre serviços e preços (mas tem que fazer cadastro, tá).
Pra quem pensa que o boteco é uma invenção nacional vai um engano.
Já comentei num post anterior a natureza dos bistrôs, que nada mais são do que os chamados botecos franceses.
Não sou viajado, mas dá pra sacar que em qualquer parte do mundo que se vá deve existir um lugar aconchegante e informal para se tomar uma boa cerveja, beber um bom vinho, e petiscar comidinhas e tira-gosto da melhor qualidade, curtindo um papo gostoso, boa música e muita diversão.
O boteco brasileiro com certeza não é uma invenção tipicamente brasileira.
Vem das antigas bodegas, armazéns comandados por portugueses, com mobiliário característico todo em madeira.
Lá se vendiam secos e molhados a beira de um balcão.
Como não sou nenhuma criança cheguei a pegar alguns. Grandes armários, prateleiras lotadas de bebidas, e o dono do estabelecimento atrás da máquina registradora.
Com o crescimento dos restaurantes e o surgimento dos mercados, as chamadas "vendas" foram caindo em decadência e aos poucos se transformando naquilo que se convencionou chamar de "pé sujo".
No estilo, além dos restaurantes surgiram também as "leiterias", casas de lanche e café da manhã onde eram servidas pequenas refeições "à la carte".
Tudo isso vem se misturando no imaginário dessa nova geração até se transformar nessa febre que é o boteco, que é como a garotada gosta de chamar o botequim.
O botequim tal como é montado hoje como grife e lugar nunca existiu. De original apenas pratos e sabores que já criaram tradição.
Por isso é impossível agradar a gregos e troianos na sua concepção de "boteco". Tem gente até pensando que boteco é centro espírita (nada contra apesar das minhas raízes umbandísticas).
Assim, que cada um monte o seu boteco, ou contrate a Myrian para decorar.
Meu negócio é cozinhar e ponto final!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A Bistronomia Regionalizada


Dentre as variadas opções de montagem de mesa para petiscagem temos um serviço de boteco com estilo urbano ou regional, conforme o tipo de cardápio organizado por região onde este tipo de estabelecimento são mais comuns.

Bistronomia Carioca
Bistronomia Mineiro/Nordestina
Bistronomia Paulista